quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Aprendendo a ter fé


Nesta madrugada, quando começou mais um programa o maior brasileiro de todos os tempos, sabia que a hora estava chegando. A cada minuto que passava mais próxima estava a decisão final. Chico Xavier X Irmã Dulce. Dois exemplos de vida que servem de inspiração a tantas pessoas nos dias de hoje.

De Irmã Dulce, conheço pouco, confesso. Sei que ela, assim como Chico, dedicou sua vida à caridade. Seu amor a Deus era concreto e seu desdobramento notadamente percebido em seu olhar, sua fala, suas atitudes.

De Chico conheço mais. Ahh, Chico. Todos os dias peço a Deus que me ajude a ser como você. Porque ser como Jesus foi está muito além das minhas possibilidades no momento, mas ser como você, já seria para mim um grande presente.

Chico! Uma pessoa que desde cedo aprendeu o que é a vida. Com uma “tiadrasta”, que o maltratava. E ele sempre na sua inocência, a perdoava. 

O tempo passou e você cresceu. Não só em tamanho, mas em grandeza. Quanto mais o tempo passava, maior ficava seu coração. Trabalhava durante o dia, orava de tardezinha, psicografava à noite, fazia o bem de madrugada. Não sei nem quanto tempo por dia você dormia.

Sofreu calúnias, difamações. Foi chamado de louco. Pactos com o diabo então, nem se fala. Mas ah, com um diabo desse que ensina a amar, perdoar, fazer o bem. Com um diabo que te mostra o caminho do Cristo. Com um diabo que não foge da cruz, mas que te dá forças para enfrentar as cruzes do dia. Com um diabo desse, eu quero pactuar.

E você não desistiu. Não negou sua crença. Seguiu em frente, afinal, Cristo era seu alvo e AMOR a sua religião. Você me ensina Chico. Você me ensina a amar, me ensina a perdoar, me ensina a largar de lado coisas que não valem a pena, a não brigar. Você me ensina a fazer o bem. Não consigo sempre. A fragilidade em mim muitas vezes é maior que minha vontade. E disso, não me orgulho em dizer, mas me orgulho de reconhecer, porque é a partir desse reconhecimento que percebo que tenho muito a melhorar, e é nesse momento que a transformação começa a acontecer.

Obrigada Chico!! Obrigada por tudo que fez. Por seu legado de amor ao próximo. Obrigada por me recordar a cada dia que para fazer o bem, basta querer.

O maior brasileiro de todos os tempos, muito embora ainda não tenha acabado, pra mim já valeu. Me ensinou a ter fé. A acreditar até o último minuto, afinal, até nas prorrogativas a bola está em campo e há tempo de fazer o gol. Pensava que Irmã Dulce seria a vencedora, afinal o Brasil é um país com maioria católica. E com certeza, Irmã Dulce mereceria sim. Também ela só fez o bem. Mas Chico, meu querido passou nessa etapa.

O que eu pensava ser uma briga de religião (que em parte foi sim e isso se nota pelas notas dadas no quesito legado, caráter, liderança, coragem e compaixão) me surpreendeu. Qualquer um dos dois representariam bem o nome do programa. Ambos foram os MAIORES BRASILEIROS de todos os tempos, mas Chico, na sua coragem de ser contra os conceitos ditados pela maioria da sociedade na época (que era complicada) se sobressaiu.

Parabéns irmã Dulce!! Parabéns Chico!! Parabéns Brasil!!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Seguir Em Frente


Fechou a porta sem olhar para trás e chamou o elevador. Não havia lágrimas em seu rosto, embora estivesse quebrada por dentro. Se balançasse, talvez, ouvisse o tilintar dos caquinhos de seu coração. O elevador estava demorando muito, ela queria sair logo dali, que era para não cair em tentação.

Não tinha que voltar. Não havia mais o que fazer ali. Ás vezes a gente tem que saber seguir em frente e deixar quem não nos pertence mais para trás. Mesmo que isso signifique deixar uma parte dela –talvez sua melhor parte, seus melhores anos –ali, naquele prédio (que um dia ela achou que seria aonde moraria e que agora era apenas um monte de concreto cinza e sem graça)

Um monte de concreto que guardava muitas lembranças, muitos sorrisos, muitas histórias, muito amor. E, por isso mesmo, não se permitia chorar ali. Ali só cabia felicidades.

O elevador chegou, ela entrou. Pela última vez, ela sabia. Não doía. Era estranho. Havia só dentro dela um vazio explicável, de quem deixava para trás quatro anos de sua vida, o homem pelo qual dera seu coração e achara que ficaria com ele para sempre.

Não ficou.

Não doía. Era só um vazio. Talvez a ficha não tivesse caído. Talvez porque tinha sido um fim tão bem decidido que a livrava do rancor, do ódio, da decepção, da dor. É que o amor ainda continuava lá, de algum jeito, ela sabia, continuaria para sempre.

Ela sabia que não era o suficiente. Que nem sempre só o amor basta. Faltava algo. Ela não sabia o que, mas sabia que não queria metades. Ela queria um relacionamento inteiro, com tudo que tinha direito.

Saiu do elevador e do monte de concreto, deixando para trás uma parte dela. Não havia lágrimas em seu rosto, talvez um pouco de tristeza, se procurasse bem, se a conhecesse bem. Havia só vazio.

Não ia chorar, ali não cabia lágrimas. Iria seguir em frente, na estrada que se abria a sua frente. Porque sabia que havia algo melhor esperando pro ela. Não sabia exatamente o que, mas sabia que era melhor.

-Porque –ela quase falou em voz alta –Deus sempre nos guarda o melhor, não é?
-Sim –ela ouviu a resposta que vinha de dentro dela  -Não se preocupe, menina, há sempre algo melhor a nossa espera. Basta você procurar.
-Vou procurar –ela disse –Mas primeiro, preciso de um café.

Um café quente para espantar um pouco do vazio que havia dentro dela. Para dar forças para seguir em frente. Sem lágrimas. Mas com um coração despedaçado escondido em seu peito. Sabia que devia continuar, porque há sempre algo melhor nos esperando. E ela acreditava nisso. Precisava acreditar.

Quando a paixão não dá certo

Não há porque me culpar
Eu não me permito chorar
Já não vai adiantar
E recomeço do zero sem reclamar
Quando a paixão não dá certo
Coração Pirata -Roupa Nova

Texto da Fernanda Campos pra mim. =)

quinta-feira, 29 de março de 2012

          -Não!

          Sim, eu sabia que estava mentindo. A resposta não era bem aquela. Se fosse honesta comigo mesma deveria responder que sim, que eu havia feito aquilo, que não tinha pensado nas consequências, que havia me equivocado. E então o pediria desculpas. Não pude. O medo de perdê-lo era grande. Sabia que estava encrencada se dissesse a verdade. Eu o amava. Perdê-lo não era uma hipótese. Como poderia viver sem aquele ordinário? Sabia que havia cometido erros e aquele realmente fora mais um deles. Mas quem não erra?

          E ele acreditara. Como pôde? Deveria estar triste ou feliz? Sabia que há tempo ele hão era o mesmo do início do casamento. Todo aquele fervor havia acabado anos após, quando descobrira que era estéril, que de dentro de si não poderia sair vida. Fora a decepção maior. Sua linhagem acabara ali. E não havia mais nada a ser feito. Mas como pôde ele acreditar tão facilmente num simples não? Não lera nos seus olhos a mentira? Os olhos não mentem. Teria se tornado uma atriz tão boa assim que até seus olhos enganavam?

          Mas ainda o amava. Seu coração batia por aquele homem. E ainda que nunca mais a amasse como no começo do relacionamento, ela o amaria para sempre. Sentia ser de outras vidas todo aquele amor. Era cega por ele. Manteria o juramento que fizera no altar naquele fim de tarde de outono para sempre -ou pelo menos enquanto ele ainda a quisesse- por perto. Para sempre... Até o sempre ter um fim.

terça-feira, 6 de março de 2012

Cadê Vinícius?

-Você que é Vinícius? –perguntou o menino todo cheio de estilo na pracinha para um outro que estava sentado mexendo no celular.

-Não. –a resposta veio cortante causando agonia no desconhecido que estava a espera de Vinícius
Andava de um lado para o outro, sem parar. Tentava se entreter ali nos rápidos momentos e não parecer que tinha levado um bolo. Será?

Pega o telefone, coloca o fone de ouvido. Acho que ouvia um rock. Parecia esse o estilo dele. Mas ao que tudo parecia, a música saia daqueles fones meio embolados e não entravam dentro dele. Estava preocupado demais com o Vinícius que não havia chegado até agora.

Tirou o fone. Cadê Vinícius?, pensava. Não achava resposta. Procurou na agenda do seu  celular super moderno o número do tal Vinícius. Ligou pra ele. Murmurou alguma coisa que não consegui ouvir direito. E o que era para ter sido uma tranqüilidade, virou uma agonia maior ainda –ou ansiedade, ou medo, ou qualquer outro sentimento do tipo. Pela sua fisionomia, deduzi que Vinícius estava chegando. E eram esses os momentos de maior aflição. Vinícius estava chegando. Como ele estava? Como ele seria pessoalmente? Como seria sua voz? Tudo bem que já o tinha visto vez ou outra na webcam, mas a voz muda um pouco pelo computador, não é mesmo?!

Agora tentava parecer calmo. Como se tivesse chegado a pouco tempo. Não queria que Vinícius percebesse toda essa reviravolta de sentimentos que se passava dentro dele. Tornou a colocar o fone. Não que passasse a ouvir alguma coisa, mas só para fingir descontração.

Olhou ao longe. Viu que vinha alguém que parecia com aquele garoto que tinha conversado pela internet. Ficou olhando e seguindo-o com seu olhar de quem não quer nada por algum tempo. Vinícius chegou. Estava ali, diante dele. Nada mais tinha importância naquele momento. Estar com Vinícius era tudo que ele queria a tanto tempo e agora finalmente o havia conhecido. E naquele instante, milhares de coisas se passaram em sua cabeça. Era ele, sim, era ele o garoto pelo qual se apaixonara,era ele o garoto pelo qual tinha tantas afinidades e tinha certeza que era aquele o garoto com quem teria uma vida junto.

Se abraçaram. E no curto tempo do abraço, os dois se imaginavam juntos. De repente, desfez-se toda aquela imaginação e rolou um beijo de cada lado da bochecha. Tão rápido, mas tão eterno. Se soltaram. E saíram conversando... com um sorriso indisfarçável estampado no rosto dos dois... e se foram...

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Hoje estou antiga
Não quero modernizar
Meu corpo está aqui
E minha alma está longe...
Está no passado que não vivi
Nos artistas que não conheci
E que me emprestam sua arte
Estou aqui e estou lá
Em dois lugares ao mesmo tempo
Uma sensação estranha
Esse passado de surpresas me chama
E eu... eu vou
Sigo seus passos
E aprendo com seus erros
E com seus acertos
E vivo... vivo... vivo...